Meu (não tão) terrível (assim) dois e o castigo
Mas aí tem horas..."Reforce a autoestima do seu filho, diga-lhe "sim" sempre que possível. Mas também lhe diga "não" quando necessário." - do livro "A mente do seu filho", do Fabio Barbirato e da Gabriela Dias
Rabiscar a garagem?
Claro que pode!
Tomás se mete em perigo. Sobe no encosto do sofá, fuça no fogão à gás, mexerica no fogão à lenha, chuta um móvel, bate num vidro pra ouvir o barulho, quer colocar um palito no nariz ou no ouvido.
- Se você fizer isso de novo vai pro castigo, Tomás!
Tem horas... Tomás quer lutar, morder, machucar, maltratar. Mãe, pai, amigos. São poucas, ainda bem, e cada vez menos, mas aí...
- Se você fizer isso de novo vai pro castigo, Tomás!
Tem horas... Tomás quer quebrar os brinquedos, o controle remoto, meu óculos. Joga com força os carrinhos, panelas, livros, bichinhos, no chão. Muita força.
- Se você fizer isso de novo vai pro castigo, Tomás! E o brinquedo vai ficar lá no alto da estante, porque ele fica com medo e triste... ele não quer mais brincar contigo!
Sempre tem conversa. |
- "Nito!"
- "Sim, você vai ficar bonito, mas o castigo só acaba quando a mamãe disser."
E fora de casa, comofas?
E quando o "modo perigo" ou "apetite por destruição" ou "siricotico" do terrível dois são acionados na rua, durante um passeio, na casa de um amigo? Mesma coisa, só que o castigo é ficar no colo. Ele detesta.
Então, nós usamos castigo quando...
O Tomás pode se machucar, machucar alguém, quebrar ou estragar alguma coisa. Não usamos castigo quando queremos que ele faça alguma coisa, como ir na creche sem reclamar ou escovar os dentes, porque aí é fácil trocar a obrigação pelo castigo.
Elogiar, liberar e relembrar
Acarinhar... delícia! |
Como o conselho do livro lá do começo, eu tento só proibir o que é realmente prejudicial para o Tomás e para a família, claro. Não deixo ele sair apitando e batendo tambor na hora da soneca do papai, por exemplo, mas se estamos todos acordados e saudáveis ele pode fazer o barulho que quiser, desde que não quebre coisas!
E, no final do dia (quando eu lembro) sempre conversamos sobre as coisas boas ou ruins que aconteceram. Os dias só com coisas boas tem sido a maioria!
E está funcionando?
Quase sempre basta avisar uma vez. Mas as vezes o bicho carpinteiro é mais forte que meu rapazinho, e tenho que voltar pra casa, com ele aos berros... fazer o quê. Largo capuccino no café, deixo o chimarrão pela metade na casa da vizinha... é o preço. Mas acho que é o certo.
Em casa, nem sempre eu venço... às vezes, bem de vez em quando, depois da quinta ou sexta vez que puxo a cria de volta pro castigo, desisto. Não sou de ferro. Não tenho uma super nanny me apoiando toda hora. Mas tem valido a pena, Tomás está sendo cada dia mais controlado nas explosões e no desafio ao perigo.
E as outras mães, o que acham?
Discussão sobre castigo no Fórum Problemas de Mulheres, com ótimas respostas!Dá uma olhada também em:
Semana da birra no Mamatraca
No Ombudsmãe: Educar não tira férias e Dar ou não limites, eis a questão.
E, para terminar, uma lembrança: as crianças reagem, da forma delas, a muitas coisas que nós, adultos, também não gostamos, mas aprendemos a aceitar melhor. Faz parte do serviço de mãe e pai tentar entender a motivação do comportamento. A Anne tem um texto ótimo sobre isso no Super Duper.
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Mais filhos:
- Meu terrível dois e o inverno
- O desfralde para pães que trabalham
- Aproveitando oportunidades para falar sobre o trabalho da mamãe
- Livros para pães: Cultivando um leitor desde o berço, Diane Mcguinness
- Pãeternagem
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