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Mostrando postagens de 2022

Eu era uma groupie juvenil

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"Se o mundo é mesmo Parecido com o que vejo Prefiro acreditar No mundo do meu jeito" Legião Urbana, "Eu era um lobisomem juvenil" Nasci no final dos anos 70. E tive a sorte cabalística de crescer durante a melhor fase do rock nacional. Na TV tocava Titãs, Paralamas, RPM, Cazuza, Uns e outros. Na rádio, no interior do Paraná, escutávamos além deles e do Legião, os gaúchos, na Atlântida. Nenhum de Nós, Engenheiros do Havaí. Eu ouvia e via aqueles caras cantando tão bonito e tão despretensiosamente, como se estivessem só conversando com a gente, sem aqueles malabarismos vocais exagerados da música sertaneja. O ritmo sempre me fez pular da cadeira e dançar até cair. Até hoje. As letras falavam de uma liberdade que eu queria pegar com a mão. Mesmo que trouxesse alguns machucados, alguma tristeza, alguma solidão. Deixar tudo de lado para seguir o que eu queria era sensato demais. O que eu queria era rock. E como eu não conhecia bandas e cantoras femininas, rock pra mim er

Quem inventou que sexo é sujo queria controlar a sexualidade das mulheres

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Quem inventou que sexo é sujo e deve ser evitado queria controlar a sexualidade das mulheres. Sexo só é “sujo” para nós. Se for entre mulheres então, é um horror, um absurdo, uma anomalia. "Eu prefiro que minha filha seja canibal, mas não seja lésbica!" Quem inventou que sexo é sujo queria controlar as mulheres. Os homens fazem sexo quando bem entendem e com quem bem entendem... basta pagar. E isso não significa que seja preciso muito dinheiro, sempre haverá uma mulher (ou uma criança) disponível para seu bolso. Já as mulheres que fazem sexo quando bem entendem são julgadas e condenadas pela família, pelas outras mulheres, pela sociedade inteira. Nos foi ensinado que tesão não é amor, que sexo não é diálogo, que prostituta não é gente. Ensinaram pra gente que sexo não é interação, é uma coisa que o homem pratica no corpo da mulher. Então as mulheres foram ensinadas a ver as putas como as "outras", as coisas. "Boa mesmo é a mulher que não faz sexo, que não tem

Mães não ouvem rock

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( publicado originalmente em 2013, no coletivo Rocka, blog feminista sobre rock n roll que infelizmente acabou) Em 2009, na gravidez do meu primeiro filho, perdi todas as minhas camisetas de banda. Nunca voltei ao tamanho delas e doei tudo. Tava me sentindo outra pessoa, mais séria, menos eu, não sei explicar. Ninguém mais puxou o assunto “rock” comigo, só conhecidos virtuais me mandando músicas e apresentando bandas. Aqui na vida real, nada de nada. Eu tava triste. Não tinha percebido muito bem o que tava faltando. Michelle Pfeiffer e Saoirse Ronan em cena do filme "Nunca é tarde para amar", de 2007 Mas então, nas férias, assisti “Nunca é tarde para amar” (I Could Never Be Your Woman), com a Michelle Pfeiffer. Um romancinho água com açúcar, mas com cenas muito fofas de mãe e filha ouvindo e fazendo rock. Izzie, interpretada pela Saoirse Ronan, está treinando uma paródia da música “Ironic” de Alanis Morissette e a mãe dá dicas. Não lembro bem como foi, mas diva Michelle disse