O que significam as bandeiras dos movimentos sociais na sua manifestação?
Esse post faz parte da Blogagem Coletiva #PelaDemocracia, proposta pela Renata Corrêa. Tem um mundo de texto bão participando, vão lá e leiam as outras coisas também. Depois, né?
Estou vendo muita reclamação, pouca conversa e nenhum acordo sobre a explicitação da participação de movimentos sociais nas manifestações do Brasil todo. O que eu vejo em geral são os manifestantes pedindo para a pessoa vir ("não somos contra a sua participação, Fulanx de Tal"), mas sem o símbolo de seu movimento, sem explicitar sua ligação com coletivos ("mas deixe sua bandeira em casa"). Eu queria falar um pouco sobre o que representa a participação explícita (marcada com cartazes, símbolos, bandeiras) de um movimento social organizado em uma ação coletiva, como os manifestos que estão acontecendo, cartas públicas de apoio e repúdio, enfim, qualquer atividade coletiva, "do povo".
Estou vendo muita reclamação, pouca conversa e nenhum acordo sobre a explicitação da participação de movimentos sociais nas manifestações do Brasil todo. O que eu vejo em geral são os manifestantes pedindo para a pessoa vir ("não somos contra a sua participação, Fulanx de Tal"), mas sem o símbolo de seu movimento, sem explicitar sua ligação com coletivos ("mas deixe sua bandeira em casa"). Eu queria falar um pouco sobre o que representa a participação explícita (marcada com cartazes, símbolos, bandeiras) de um movimento social organizado em uma ação coletiva, como os manifestos que estão acontecendo, cartas públicas de apoio e repúdio, enfim, qualquer atividade coletiva, "do povo".
Quando um movimento social organizado se apresenta com sua sigla, bandeira, símbolo, assinatura, está levando apoio ao seu movimento. A organização de cada movimento social é diferente, mas, na maioria das vezes, a participação de um coletivo em uma ação é discutida entre os membros desse grupo. Então, quando uma pessoa aparece com uma faixa/cartaz/bandeira em um manifesto, ele representa o movimento, representa todas essas pessoas que fazem parte do seu grupo. É um representando vários.
E isso é bom, não é?
Pato Branco é sexy! - Foto de Odan Jaeger |
Central Sindical e Popular na Marcha das Vadias de Belo Horizonte |
Aprosmig - Associação das Prostitutas de Minas Gerais na Marcha das Vadias de Belo Horizonte |
E é por isso, também, que acho que as bandeiras dos movimentos organizados podem ser aceitas sem receio (e com festa!!!) pelas manifestações. Porque as bandeiras dos movimentos são símbolos da livre associação política. Símbolo do povo se unindo por causas em comum. Símbolo da liberdade de fazer exatamente o que você está fazendo. Quando o símbolo de um movimento se soma ao seu movimento, são todas as pessoas do movimento que também estão ali. Porque querem, livremente, sem pressões nem interesses "eleitoreiros", fazer parte da sua proposta. Porque acham que a sua luta é válida, importante e precisa de mais braços, de mais gente, de mais apoio.
A mensagem que uma manifestação que recebe bandeiras, siglas e cartazes de movimentos organizados passa é a de que é lindo se organizar!!! De que o seu movimento é sexy!
Então é isso. Vamos decidir coletivamente sobre os símbolos dos partidos nas manifestações, sem imposição. Mas vamos deixar as bandeiras dos movimentos virem, desde que alinhadas às nossas causas. Elas só estão somando e deixando nosso movimento mais bonito e mais sexy!
[Era isso que eu tinha pra dizer, mas para exemplificar, vou contar como isso tem funcionado, se alguém ainda estiver interesse em ler]
Como a maioria dos coletivos endossa ações
Como a maioria dos coletivos endossa ações
No começo desse mês, o coletivo "Blogueiras Negras" escreveu uma carta aberta à criadora do vídeo "Nega do Cabelo Duro", em que uma menina de rosto pintado de negro canta a música e faz piada com o próprio cabelo. A carta falava, principalmente, sobre como essas piadas reforçam uma ideia racista de que cabelo crespo é "duro" e não é bonito:
"A ideia de que ser branco é ser bonito faz com que milhões de mulheres pretas comprem produtos de alisamento e relaxamento para que seus cabelos percam volume, para que se sintam mais “aceitáveis” dentro de um padrão eurocêntrico racista. Assim como ensinou Sofia, nós também somos ensinadas que nossos cabelos são “ruins”, “difíceis de cuidar”. Que não são bonitos e nem práticos. Isso nos destrói por dentro desde muito cedo.""É assim que a autoestima de crianças, adolescentes e mulheres negras é destruída. É assim que, ao invés amar quem somos e nossas origens, aprendemos a odiar nossos corpos, nossos cabelos. É por isso que muitas de nós tentam se parecer com aquilo que o racismo diz que é correto, que é ser limpo, que é ter uma aparência profissional. É por isso que muitas mães alisam os cabelos de suas filhas tão cedo."Quando algumas participantes do FemMaterna, inclusive eu, ficamos sabendo da carta, levamos para nosso grupo a possibilidade de assiná-la, porque achamos que a carta está dentro do que nós imaginamos como proposta do FemMaterna: construir com nossos filhos, "um mundo que acolha a diversidade e que questione desigualdades, preconceitos e estereótipos."
Depois de o grupo concordar, assinamos a carta, assim como vários outros coletivos também. E assim a carta ganha relevância, porque é apresentada não apenas por um único movimento, mas vários.
Oi!! Que ótimo achar uma blogueira de Pato Branco!
ResponderExcluirAinda estou vendo seu blog, cheguei aqui procurando a resenha de um livro infantil!
Vamos nos encontrar na biblioteca daqui!
http://cirandamaterna.blogspot.com.br/