Blog de quinta: Gauchão de Literatura

Livros. Assunto favorito aqui. Tudo sobre eles. O que, quem, quando, onde, por quê, pra quê. Eu gosto de conhecer novos autores, tanto de livros quanto de resenhas.

E que tal então, dona Sharon, um site que tem mais de 24 resenhistas diferentes e uma pancada de novos autores? Opa! É o Campeonato Gaúcho de Literatura.


O idealizador do gauchão é o escritor e editor Rodrigo Rosp. Quem ajuda a botar o treco em pé é a Lu Thomé, assessora de comunicação. Pelo site do Estúdio de Conteúdo, ela tem o emprego dos meus sonhos! Eles se inspiraram na Copa Brasileira de Literatura. Mas só entram autores gaúchos ou radicados no Rio Grande do Sul.  

Nós é tuda alemão, tuda gente boa!
Sem bairrismo! A geografia é só pra diminuir o número de livros pro pessoal ler. E nada impede que se faça um paranaense... só a falta de editoras, de escritores, de publicações, de verba, de incentivo, de apoio, de divulgação. De números. Que no Rio Grande do Sul tem muito mais ficção sendo publicada que no Paraná. Ao contrário de vários amigos, eu não tenho nada contra gaúcho, fui criada por eles, no meio deles, com eles. São minha família. Dizem que eu sou uma mineira gaúcha nascida no Paraná. Então eu me identifico. E me divirto.

A diferença em relação ao brasileirão é o número de concorrentes. A Copa já começa com 16 livros, nas oitavas de final. Ah, tem bastante resenha, mas acho pouco livro. O gauchão não, começa com 48 livros. Esses livros disputam, em dupla, 24 jogos. Quem perde sai. O resenhista é o juiz, é a torcida, é a caixinha de surpresas. Decide o vencedor, sem churumelas. Depois mais 12 jogos mata-mata e são definidos 4 grupos de três livros que jogam num melhor de 3. E aí semifinais e final. 

Já está terminando a fase do melhor de 3. Três semifinalistas já foram escolhidos: História de não acontecer do Reges Schwaab, Três traidores e uns outros do Marcelo Backes e Anjo das Ondas do João Gilberto Noll. O último jogo desta série deve sair logo e vai definir o quarto: Sinuca embaixo d'água ou O Centésimo em Roma. 

São muitos juízes convidados, de todos os gêneros e espécimes. Mas é incrível como essa variedade de gente não traz uma variedade nas resenhas, como é no brasileirão. No gauchão são todas em forma de ensaio, mais acadêmicas, com trechos do livro e discussão sobre estilo, enredo estrutura. Tudo de muita qualidade, mas muito sério, comprido e detalhado. E como eu não gosto de futebol, acho cansativo todo mundo seguir a inspiração futebolística e fazer resenha como se estivesse narrando jogos. Falta o Yuri do Livrada! pra gente dar umas risadas. E a seriedade vai aumentando conforme as fases vão ficando mais importantes. Tem pouca resenha leve. Pra não falar que não tem resenha curta, teve uma. Mas era uma não-resenha, que causou polêmica. Outra resenha mais livre é a da Luisa Geiler, no jogo entre o Unhas e o Centésimo em Roma.

Meus favoritos não foram bem. Favoritos em termos, que eu não li nenhum dos livros. Mas gostei da sinopse de Sanga Menor no jogo 12. Aí a Sanga perdeu pro Três traidores e uns outros, que, pelo menos, é semifinalista. Então ambos devem ser bons. Outro dos meus favoritos não-lidos, mas já encomendado para ler pro Desafio Literário 2012, é o Unhas. Ganhou bonito de Tudo o que fizemos, na primeira fase. Aí passou com classe pelo Águas da Revolução na segunda. Mas na terceira fase, perdeu pro Sinuca embaixo d'água (a Carol Bensimon foi campeã do gauchão do ano passado) e do Centésimo em Roma. Outro livro que parece divertido é Mohamed, o latoeiro, do Gilberto Abrão. E se passa em Curitiba, o que deu mais vontade de ler. Mas esse perdeu já no comecinho pra Sinuca.


Entristeci. Já não basta não ganhar nenhum sorteio de blog desde 2001 2002, quando ganhei dois pacotes de biscoitos Daltony e um desenho de ornitorrinco autografado do Estranhos Links. Sou pé-frio até na torcida.

Agora me resta juntar os pompons e torcer pra Carol, que é moça e eu sou solidária com as meninas. Mas fico dividida, que o Centésimo é romance histórico e eu adoro esse gênero. Quem ganhar o próximo jogo vira automaticamente meu favorito nas semifinais. Mesmo sem ter lido.

É muita resenha pra ler de uma sentada e algumas são pedreira mesmo, eu sei. Mas o conjunto da obra vale a pena. Ir digerindo de mansinho, um pouquinho por dia. Como eu disse no comecinho, o mais legal é conhecer o pessoal novo, tanto resenhistas como autores. Que livro é assunto favorito do Gauchão também.

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