7 coisas que me fazem escolher um livro para o Tomás

Inspirada num post do Listas Literárias, sobre como o Douglas Eraldo escolhe os livros que ele compra, vou contar como eu escolho um livro para o Tomás.

Em geral, o que é relevante na hora de decidir é isso:

1. A história tem que ser criativa, divertida, empolgante

Por enquanto eu consigo ler rapidinho os textos e:
  • Vejo o quanto a história tem de novidade, imaginação, criatividade;
  • se o livro tem algum ensinamento moral, decido se eu quero também ensiná-lo ao Tomás. Lendo o "Como os dinossauros dizem boa noite" a gente mostra que uma hora de dormir tranquila é bom pra todo mundo, por exemplo. E é ótimo também por ter dinossauros como protagonistas, é claro.
Uma ajuda e tanto!
  • contos de fadas, lendas folclóricas, tradição oral... sobreviveram por algum motivo, porque tem pujança. Valem sempre a pena, desde que não sejam resumidos demais ou mal contados. A Lígia Barros comentou, na minha resenha de uma adaptação de Pinóquio, que provavelmente a adaptação é bem parecida com a original... eu acho que vale a pena ter lindas ilustrações em casa, então recomendo o livro.


2. A qualidade do texto muda tudo

Esse quesito está tão vinculado com o primeiro que fiquei em dúvida se fazia separado. Porque uma história muito boa está sempre escrita em um texto ótimo. Quando o texto é ruim, sem coerência, continuidade, início, meio, fim, numa misturança de estilos e de vocabulários, a gente nem entende bem a história, imagine as crianças. Por isso é importantíssimo reparar na qualidade do texto que você entrega ao seu filho! Falei de livros baratos com textos de qualidade nesse post da série "O preço do livro infantil no Brasil".

Baratos e aprovados!
Pausa para pergunta:
"Então vou ter que ler os livros do meu filho?"
Não, claro que não: ninguém tem que ler nada, se não quiser. Mas se você acha que livros são importantes para o seu filho, não basta comprá-los, infelizmente... você, o irmão mais velho, a tia, a vó, o vô, a babá, vai ter que lê-los pro seu filho aprender a gostar de ler, pra ele descobrir o que tem dentro dessa coisa cheia de páginas. Só comprar não adianta muito... de qualquer forma, é melhor ter livros do que não ter. Mas é melhor ainda lê-los!
3. Ilustrações sem poluição, bonitas. artísticas, criativas

Resumindo (expliquei melhor nesse post sobre ilustração):
  • elas tem que existir, de preferência uma em cada página;
  • devem ser simples;
  • se trouxerem "presentinhos" - coisinhas acontecendo em paralelo à história principal - têm bônus;
  • se ajudarem a contar a história em conjunto com o texto, bônus extras; e
  • tá valendo se a ilustração não me agrada muito e a história é boa e o texto é bem escrito.
Angela Lago recontou "A festa no céu" e ficou lindo!


4. A magia é culpa do autor!

Pela minha experiência, autores de livros infantis não costumam decepcionar. Ou são ruins em todos os livros, ou medianos, ou bons, ou ótimos. Pros pequenos, dá pra comprar pela internet,  pacote fechado, que eu já li e recomendo:
  • Ziraldo, 
  • >Angela Lago, 
  • Eva Furnari, 
  • Fanny Abramovich, 
  • Odilon Moraes, 
  • Jutta Bauer, 
  • Sérgio Capparelli, e
  • Marina Colassanti
Tomá e a bicharada aprovam a Marina Colasanti!
5. Preço

Meus maiores arrependimentos na biblioteca do Tomás foram livros baratos e ruins... contos de fadas, mitos, lendas, resumidíssimos em livros de 50 centavos, capa-dura chinesa de R$ 10 reais com texto horrível e ilustração idem, livros que tentam resumir um filme em poucas páginas. Fuja! Preço não é o importante. O importante é a história, o texto, a ilustração e o autor. Se o preço for bom, ótimo! E tem coisa barata com texto bom e ilustração decente, é só procurar. Eu procurei e achei, escrevi alguma coisa do resultado aqui. Preciso escrever mais.

6. Indicações

Pra que reinventar a roda, não?
  • minhas próprias indicações, meus livros favoritos da infância, aquele que li na escola e nunca mais esqueci, aqueles de onde eu copiei as ilustrações com folha de papel vegetal...
  • Padrinhos, avós, tios, primos seus e os priminhos e irmãozinhos do seu filho podem indicar livros muito legais. Eu sempre levo a sério essas indicações.
  • indicações de outros blogs:
    • Kids Indoors - a Gizele, o Cássio e a Cecília sempre inventam uma brincadeira depois da leitura de um livro!
    • Cuca de gente miúda - a Erica começou o blog, mas convida outras pessoas para indicar livros infantis legais. Muito legais. O melhor do blog são as fotos de várias páginas dos livros, são praticamente "fotoresenhas"!
    • Conta outra vez - quatro mães conversando sobre as leituras dos pequetitos. 
7. Críticas especializadas

É difícil achar crítica acadêmica ou profissional de livros infantis no Brasil. As que tem são óbvias, Monteiro Lobato, Lygia Bojunga, Tatiana Belinky... autores que eu compraria sem pensar. É legal ficar atento (eu fico por você, pai e mãe ocupados, não tem problema) nos sites e revistas sobre educação, que sempre trazem opiniões de especialistas. Lugares legais para achar críticas especializadas são:
  • Revista Emília, especializada em leitura e literatura para crianças e jovens. Indicações perfeitas.
  • Educar para Crescer, da Abril, sempre faz listas interessantes, convidando pedagogos, autores, ilustradores, bibliotecários, professores. Essa lista com livros de acordo com a idade é uma das minhas preferidas. 
  • A revista Crescer da editora Globo tem um prêmio anual dos melhores livros, eleitos por especialistas. A de 2012 é linda!
Eu uso esses, mas deve ter mais. Quem souber, não deixe de me falar!

Comentários

  1. Comprar livro para os outros é sempre difícil, para o filho pequeno então a responsabilidade é ainda maior. Achei todos seus quesitos válidos, o livro tem de ser de qualidade - e isso texto, ilustrações, papel, acabamento, enfim. Nas feiras do livro que acontecem por aqui os livrinhos de um real fazem muito sucesso, mas lendo os dos meus primos dá até uma tristeza. Com certeza é preciso filtrar.

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    Respostas
    1. Em feiras a gente acaba se empolgando, eu sei por mim... Compro bobagens e me arrependo... o negócio é que geralmente a gente não tem aquele tempo de olhar os livros com calma, ler, etc. E nem sempre são livros já consagrados, então fica mais difícil. Se numa feira a gente encontrasse autores do "pacote fechado" seria tão mais fácil!

      Mas claro que não, né... são sempre autores desconhecidos (quando tem autor) e às vezes o preço do conjunto "6 livros por 5 reais!!" fala mais alto... Eu tenho MUITA dificuldade de me conter com coisa barata.

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  2. AMEI!!!!!!!! Dicas SUPER úteis! Com certeza vou recomendar essa sua postagem, viu... O cuidado na compra dos livrinhos é mesmo fundamental. E vc abrangeu os pontos principais. Ótimo mesmo. :-) Bjos!

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