Unhas - Paulo Wainberg
Primeiro livro de março e sexto do ano do Desafio Literário 2012. A primeira edição é da Leya, 2010, 248 páginas. Tive que comprar porque nem existe o pirata, acho.
Conheci o livro pelo Gauchão de literatura. Passou bem pelas primeira fase, no jogo contra "Tudo o que fizemos" de Carlos André Moreira, que pela resenha me pareceu um livro bom. Aí matou um quase livro reportagem, o "Águas da Revolução" do Juremir Machado, "pavilhão da literatura gaúcha" e eu apostei. Ainda não tinha começado a terceira fase do campeonato e eu decidi firmemente que o meu serial killer do ano seria o Unhas. Na terceira fase foram dois jogos, um contra "Sinuca embaixo d'água", da Carol Bensimon, e outro contra "O centésimo em Roma" do Max Mallmann. Enfim, o Paulo mesmo achou os resultados muito justos, então devem de ser, que não li nenhum dos concorrentes. Só o Unhas. E vamos falar sobre ele.
Unhas é o pseudônimo de um contador que, cansado da rotina, da esposa, dos filhos, tem a ideia de mudar de ramo e entra para a matação de aluguel como um especialista: "exterminador de paixões proibidas". É quando captura Elisa, que ele resolve, pela primeira vez depois de alguns anos na nova profissão, conversar com sua futura vítima. É a esse trololó que assistimos, sua filosofia do pecado, da morte e da vida, seus métodos, seus contos policiais favoritos, e os pepinos dos homens apaixonados que resolveu: a aluna de um professor de cursinho casado, o companheiro gay de um homossexual em dúvida, a esposa feia filha da sogra gata, a filha da empregada... e Elisa. Quem é ela? Como ela veio parar ali? Por quê? Em entrevista, o Paulo disse não sabe se o livro é mesmo "policial". Talvez não, mas dá pra brincar de detetive com a Elisa. Foi riscando os tipos de amores proibidos da lista que eu adivinhei antes de começar a ficar fácil.
Li de uma sentada, que o livro é rápido. O ritmo é fluído e a grande cara de pau do Unhas me puxaram pra históira. As cenas de ação são fortes e difíceis, principalmente no final, os casos mais pesados. Parece tanto um caso do Law & Order SVU que eu juro que vi a detetive Benson ali, quase desvendando todo o mistério nos últimos segundos. Isso me manteve firme no enredo. Atrapalhou um tantinho o conto policial paralelo, o "Caso do quarto fechado", que vai sendo narrado aos poucos, salteando com a história principal. Outro "quase"é um terceiro narrador alienígena. é a misturas de pontos de vista. Os capítulos tem, alguns, o ponto de vista de Elisa, outros o de Unhas e outros o de um narrador onisciente. Preferiria todo o livro narrado sob pontos de vista dos personagens. Demoramos um tantinho para perceber que não é nem Unhas nem Elisa quem está narrando e o desentendimento desconcentra.
Talvez o mais divertido seja a idiossincrasia entre o Paulo e o "Unhas". O Paulo lembra o Jack Nicholson dando um "beijo na garota mais linda do mundo" no final de "Antes de partir". Porque esse cara escreveria esse livro? Ele não parece se importar com o choque ou a polêmica... Já o Unhas é um quase-Hannibal. Falta refinamento e manipulação, mas ele mata com o mesmo prazer.
Três estrelinhas e meia. Em cinco.
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Mais Desafio Literário 2012:
- A mulher do viajante no tempo, Audrey Niffenegger
- Pinóquio, adaptação de Guilhaume Frolet
- Clara dos Anjos, Lima Barreto
- O rapto das cebolinhas, Maria Clara Machado
- Cozinheiros Demais, Rex Stout
Outras resenhas:
- Noite e Dia, Virginia Woolf;
- A melhor HQ de 1980;
- Água para elefantes, Sara Gruen;
- Buracos, Louis Sachar;
- Preconceito Linguístico, Marcos Bagno;
- Minha estante e sir Bernard Cornwell;
Conheci o livro pelo Gauchão de literatura. Passou bem pelas primeira fase, no jogo contra "Tudo o que fizemos" de Carlos André Moreira, que pela resenha me pareceu um livro bom. Aí matou um quase livro reportagem, o "Águas da Revolução" do Juremir Machado, "pavilhão da literatura gaúcha" e eu apostei. Ainda não tinha começado a terceira fase do campeonato e eu decidi firmemente que o meu serial killer do ano seria o Unhas. Na terceira fase foram dois jogos, um contra "Sinuca embaixo d'água", da Carol Bensimon, e outro contra "O centésimo em Roma" do Max Mallmann. Enfim, o Paulo mesmo achou os resultados muito justos, então devem de ser, que não li nenhum dos concorrentes. Só o Unhas. E vamos falar sobre ele.
Unhas é o pseudônimo de um contador que, cansado da rotina, da esposa, dos filhos, tem a ideia de mudar de ramo e entra para a matação de aluguel como um especialista: "exterminador de paixões proibidas". É quando captura Elisa, que ele resolve, pela primeira vez depois de alguns anos na nova profissão, conversar com sua futura vítima. É a esse trololó que assistimos, sua filosofia do pecado, da morte e da vida, seus métodos, seus contos policiais favoritos, e os pepinos dos homens apaixonados que resolveu: a aluna de um professor de cursinho casado, o companheiro gay de um homossexual em dúvida, a esposa feia filha da sogra gata, a filha da empregada... e Elisa. Quem é ela? Como ela veio parar ali? Por quê? Em entrevista, o Paulo disse não sabe se o livro é mesmo "policial". Talvez não, mas dá pra brincar de detetive com a Elisa. Foi riscando os tipos de amores proibidos da lista que eu adivinhei antes de começar a ficar fácil.
Li de uma sentada, que o livro é rápido. O ritmo é fluído e a grande cara de pau do Unhas me puxaram pra históira. As cenas de ação são fortes e difíceis, principalmente no final, os casos mais pesados. Parece tanto um caso do Law & Order SVU que eu juro que vi a detetive Benson ali, quase desvendando todo o mistério nos últimos segundos. Isso me manteve firme no enredo. Atrapalhou um tantinho o conto policial paralelo, o "Caso do quarto fechado", que vai sendo narrado aos poucos, salteando com a história principal. Outro "quase"
Talvez o mais divertido seja a idiossincrasia entre o Paulo e o "Unhas". O Paulo lembra o Jack Nicholson dando um "beijo na garota mais linda do mundo" no final de "Antes de partir". Porque esse cara escreveria esse livro? Ele não parece se importar com o choque ou a polêmica... Já o Unhas é um quase-Hannibal. Falta refinamento e manipulação, mas ele mata com o mesmo prazer.
Três estrelinhas e meia. Em cinco.
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Mais Desafio Literário 2012:
- A mulher do viajante no tempo, Audrey Niffenegger
- Pinóquio, adaptação de Guilhaume Frolet
- Clara dos Anjos, Lima Barreto
- O rapto das cebolinhas, Maria Clara Machado
- Cozinheiros Demais, Rex Stout
Outras resenhas:
- Noite e Dia, Virginia Woolf;
- A melhor HQ de 1980;
- Água para elefantes, Sara Gruen;
- Buracos, Louis Sachar;
- Preconceito Linguístico, Marcos Bagno;
- Minha estante e sir Bernard Cornwell;
Nunca tinha ouvido falar neste livro, parece ter uma estrutura bem diferenciada.
ResponderExcluirEu também não conhecia o livro, mas fiquei curiosa. E essa capa é muito aflitiva!
ResponderExcluirbjo
Eu já tinha visto o livro por aí, mas ainda não tinha lido uma resenha sobre ele.
ResponderExcluirA comparação com Hannibal me deixou bem curiosa!
Ótima resenha!
Nunca ouvi falar, mas aguçou minha curiosidade com certeza!.
ResponderExcluirAssociarestruturas de estilos diferentes na mesma narrativa é um risco. No entanto, é bom que os autores experimentem e evoluam entre erros e acertos. Excelente resenha!
ResponderExcluirPS: Quando olhei para o autolink e vi escrito "Unhas", pensei que seria um spam de algum blog de moda. Sorte que não. :)