Bordados, Marjane Satrapi

Marjane é iraniana. Nasceu em um regime democrático e de liberdade religiosa, em que as mulheres tinham mais autonomia, podiam se vestir como bem entendessem e estudavam em escolas mistas. Quando ela tinha uns 8 anos de idade, uma revolução estabelece a ditadura teocrática que perdura até hoje. A vida de todos os iranianos mudou muito, mas as das mulheres mais ainda.

Mas essa resenha aqui é sobre outro livro dela, o "Bordados", que, assim como o Persépolis, fala sobre a vida das mulheres iranianas, mas com outro enfoque, o das relações amorosas. No início, Marjane conta de um costume familiar. Após o almoço, os homens vão dormir e as mulheres, lavar a louça. Quando o serviço está terminado, elas se reúnem para tomar chá e conversar, sobre a vida delas e as vidas alheias. A avó de Marjane tinha uma visão bem específica sobre o hábito da fofoca:
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"Falar dos outros pelas costas é ventilar o coração..." |
Uma delas casou com um homem que morava no exterior. Na manhã seguinte à noite de núpcias, consentiu que o marido levasse as jóias que ganhou de presente de casamento para o país onde morava, pois isso iria facilitar a ida da esposa. Mas o bandido (de verdade), pede divórcio e fica com tudo. Outra das mulheres presentes, Parvin, tem um olhar bem crítico sobre o acontecido:
Ela é ótima! O "bordado" do título não é o nosso ponto cruz, não... é a cirurgia de reconstituição de hímen, muito comum no Irã... e o que a Parvin acha disso?
Né mesmo, minha gente?
A vida no Irã não é muito diferente da nossa não... toda mulher (do mundo) é meio Leila Diniz!
Cinco estrelinhas. Em cinco.
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Mais HQs aqui.
Eu já pensei em comprar esse livro, não comprei pq estava lisa na época! #PobreÉdOSE RSR
ResponderExcluirSou apaixonada por Satrapi e concordo com você Persepolis é genial em muitos sentidos, um registro maravilhoso.
Ótima resenha!
Adorei o final com a citação sobre a Leila Diniz. Mas tb gostei da opinião da avó sobre a fofoca. Às vezes falo mal das pessoas pra jogar fora as afrontas q elas me fizeram, é mais um desabafo do que necessidade de pixar a pessoa. A história da catraca tb foi boa kkkkkk
ResponderExcluirLindo. Adoro a Marjani e quero muito as graphic novels dela pra mim! Além de Persépolis e Bordados, tem Frango com Ameixas que ela fala do tio. E virou filme também, mas não é de animação.
ResponderExcluirAdorei a resenha e, sem dúvida, Bordados está na minha lista de livros desejados! Sou fã do trabalho da Marjane, sou fã de quadrinhos e ter contato com trabalhos de artistas vindos de partes diferentes do mundo abre os nossos horizontes de entendimento e de interpretação. Beijo.
ResponderExcluirNossa, agora eu fiquei com uma baita vontade ler esse livro.
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